quinta-feira, 7 de abril de 2011

Estudos do Movimento no séc XIX: Marey e Muybridge

No século XIX, dois nomes se destacam por seus trabalhos de foto-seqüência: Etienne-Jules Marey e Eadweard Muybridge. Suas experiências de cunho científico com fotografias em série contribuíram com a invenção do cinema. A cronofotografia de Marey decompunha o movimento em um único fotograma, já Muybridge registrava os diversos momentos de um movimento com a utilização simultânea de várias câmeras fotográficas.
Muybridge
"O fotógrafo inglês Eadweard J. Muybridge (1830-1904), operando máquinas fotográficas, conseguiu realizar, em 1872, as primeiras filmagens da história, captando o movimento com uma perfeição inédita até então (é preciso lembrar que diversos fotógrafos já haviam tentado variados e desajeitados procedimentos de se “animarem” as fotografias, desde 1851). Radicado em São Francisco – EUA, Muybridge já era um profissional renomado quando foi procurado pelo milionário californiano Leland Stanford, possuidor de cavalos de corrida, que havia feito uma aposta e queria que o fotógrafo o ajudasse a ganhá-la. A aposta envolvia uma questão muito acalorada no debate de então: será que, quando um cavalo está a correr, suas quatro patas chegam a ficar suspensas no ar ao mesmo tempo, por um breve momento que seja? O cientista francês Marey, fascinado pelos movimentos dos animais, dizia que sim.


Para testar a hipótese, Muybridge (graças aos fecundos recursos financeiros do empresário) construiu um complicado dispositivo para tentar captar todos os detalhes do movimento do cavalo: ao longo da pista de corrida foram colocadas vinte e quatro câmaras fotográficas, preparadas por vinte e quatro fotógrafos que instalavam nelas, muito rapidamente e ao sinal de um apito, vinte e quatro placas de emulsão com uma fórmula química especial que ajudava a captar um objeto em movimento; a velocidade do processo era essencial, pois as placas secavam muito rapidamente, deixando de ser sensíveis. Uma vez lançado o cavalo, as fotos eram batidas automaticamente, conforme o animal ia rompendo cordões atravessados na pista ligados a dispositivos elétricos que acionavam as câmaras – invenção que se deve ao engenheiro-chefe da Southern Pacific Railroad, John D. Isaacs.


Levou vários anos para que o processo fosse aperfeiçoado a ponto de dar 100% certo. Em 1877, Muybridge conseguiu resolver o famoso debate da aposta com uma única fotografia, que mostrava o cavalo “voando” no ar. Mas este negativo não sobreviveu. A importante série de fotos, chamada Horse in Motion (Cavalo em Movimento) e que se encontra hoje na Universidade de Stanford, foi tirada em 1878."  fonte: http://sombras-eletricas.blogspot.com/2008/03/os-pioneiros-muybridge-e-marey.html


“A fotografia, científica e/ou artística, pode também nos dar uma outra representação dos fenômenos. O trabalho de Muybridge e o de Etiénne-Jules Marey são a prova disso. O ultimo é um sábio, titular da cátedra de História Natural dos Corpos Organizados no Coll`ege de France. Em 1882, para compreender a locomoção, realiza num segundo, com seu ‘fuzil fotográfico’, doze imagens sucessivas de um homem que caminha, pula ou corre, sendo que cada imagem foi produzida em 1/720 de segundo. Compreende-se melhor então o princípio do caminhar, do saltar ou do correr. Dessa forma a ciência se enriquece apreendendo fenômenos não captáveis pela retina humana.” (SOULAGES, 2010)
"Fuzil Fotográfico" - Marey


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